- O que fazer?
- Como matar a leitoa?
Foi aí que Quininha teve a grande idéia: Colocou a bichinha numa bolsa de feira e saiu com Lena, Cida e Binho. Íamos, os três, em solidariedade e fazendo de conta que não era com a gente. Destino: um abatedouro que existia na praia das Flechas e que pertencia a um cunhado do noivo de Cida (Daud).
Essa história tinha que ser confusa, por isso o porco em plena praia de Icaraí pulou da bolsa. A praia cheia, todos correndo atrás do bicho, banhista e nós. A leitoa foi recuperada. Daud a matou e nós a comemos com pompa e circunstância!
É importante lembrar a delícia que era Icaraí: sua areia branca, água morna e limpa, seu trampolim (cartão postal da época), a mocidade bonita, feliz e glamorosa, mas que ainda usava maiô e bóia de pneu usado. (Era o retrato de uma época – meado do século XX)
Naquela época Joaquina morava na Alameda 24 de outubro, Santa Teresa e através da Alameda Carolina chegávamos ao Canto do Rio - praia de Icaraí e foi fazendo esse trajeto que corremos atrás da leitoa, nós e muitos outros, até a praia das Flechas. Era uma casa confortável, com um jardim gramado que César podava e que tínhamos de ajudar: varrer grama, carregar, jogar no lixo, tudo com cuidado e bem feito e desinfetado com a famosa creolina Cruzvaldina.Não podemos deixar de falar nos nossos pastores- Mengo e Menguissi- cachorros de estimação - que sujavam e nós limpávamos. Na conservação da casa atuava também Dario, outro agregado, que era o rei da goma laca - lustrador oficial que atendia ao padrão exigido
Era um suplicio! Eles obedeciam a moça bonita e a moça era Quininha , a amada de César.Tínhamos que fazer. Fazíamos. Gostaríamos de fazer de novo – todos nós!
Da cidade vinham os vestidos bonitos, as fantasias de carnaval que Joaquina fazia para as sobrinhas. Vinham na bagagem de vovó: maçãs, laranja Bahia, latas de biscoito coloridas cujo conteúdo era separado com papel branco corrugado e os biscoitos arrumados por feitio e sabor. Um luxo para a época. Porém o mais importante: cartilhas ilustradas que teimávamos em ler cágado quando a inscrição era jabuti. Também vinham livros de estórias, ilustrados, lindos e depois livros para moças, coleção cor de rosa, M. Dely (não sei se era essa a grafia – nunca foi boa nisso) Ensinou-nos a ler – VIVA VOVÓ!
tia cida, adorei ler o blog e conhecer mais sobre a familia. bjs e parabens. Pilar
ResponderExcluirTia Cida,
ResponderExcluirvc ta um espetáculo na foto.
Fiufiuuuuu!!!!!!
Saudades
Xará
Após o corte da grama onde catávamos todos os resíduos ,todo o quintal era lavado com CREOLINA CRUZVALDINA devido ao coco de MENGO e MENGUISSI,nossos pastores.
ResponderExcluir2)Não esqueça de falar de DÁRIO,nosso lustrador oficial.(O Rei da Goma Laca)
3)Não esqueça ainda de nossa banda de tampa de panelas ,regida por mim ,Kleber ,com o grande musico Zé de Fulô.
4)Imperdoável não colocar a procissão de Nossa Senhora Aparecida que curou minha paralisia infantil . Da Capelinha até o Valão dos Gomes.
5) Quininha ,cumprindo a promessa que fez a São José passando 1 ano sem comer doces e nós de implicância comendo goiabada em sua frente.
Sem mais para o memento.
Beijo
Kleber.