Jarbas foi o filho mais velho. Casou-se com Lívia Chaves, professora do ensino supletivo. Voltado ao comércio e a pecuária. Teve açougue.
A vida de tio Jarbas foi bonita, cheia de vitórias e de histórias. Foi dependente de álcool e por essa razão noivo durante 18 anos. Lívia, moça prendada e muito querida na família Bravo aguardava que ele vencesse o vício. Aconteceu que em 1947 surgiu na cidade mineira de Urucânia o Padre Antonio por intermédio do qual eram feitos milagres em nome de Nossa Senhora das Graças. Foi então que Jarbas foi em casa de sua irmã Maria José falar do milagreiro. Na época não havia TV. O rádio, os Jornais e revistas como O Cruzeiro davam ênfase a esses milagres. O sogro dela, participando da conversa sugeriu que Jarbas fosse a Urucânia em busca do milagre e parasse de beber.
Aconteceu, então, o primeiro milagre: Jarbas disse que só iria em companhia dele. Zezé não andava de carro, só ia onde a sua mula Vitória o levava. Desafio ou milagre... Não sei, mas Zezé ordenou:
-Jarbas, vá à cidade, alugue um caminhão, encha de doentes, aleijados, cegos e quem mais precise que irei comandar esta peregrinação.
-Maria José, chame todas as suas ajudantes e prepare muita comida para a viagem.
Assim foi feito. Foram a Urucânia. Jarbas voltou curado. Casou-se com Lívia. Teve Três filhos - Antonio das Graças, Maria das Graças e Jarbas Filho.
Todos os filhos de Jarbas foram batizados pelo padre Antonio e a cada viagem a Urucânia acontecia um milagre, iam e voltavam com Jarbas dirigindo o seu jipe numa estrada federal.
A casa de Jarbas e Lívia era repleta de carinho e mimos para todos nós, do casaco bordado que Lívia fazia para as sobrinhas irem à tradicional Festa de Maio de Cambuci ao queijo que Jarbas assava na brasa, chocolate, rosquinha, banana da terra, tudo preparado com fartura e grande carinho. Depois de adultos, quando menos esperávamos, Jarbas nos brindava mandando ou levando para nossas casas, mesmo longe, as guloseimas que gostamos. Foram tios adoráveis e seus filhos também o são.
Claudiolina é a grande figura agregada dessa família. Dificuldade de caminhar, mas facilidade de doação e amor! Era afilhada de Lívia e a ela se dedicou integralmente durante toda a vida da madrinha. Fazia parte do enxoval de casamento de Lívia.
Mário e Jaci mudaram-se depois para a cidade, numa casa em frente da casa do irmão Jarbas, na rua que dá acesso à Cachoeira e à Bocaina onde Lola e Maria José moravam. Os irmãos sempre juntos e Nenê sempre estreitando os laços familiares.
Mário adoeceu seriamente vindo a falecer após longo tratamento. A filha mais velha, Maria Izabel, era especial e diabética. Tia Jaci sempre foi muito respeitada e querida por todos, não só pela maneira com que lidava com as dificuldades pessoais como também pela doçura com que sempre nos tratou e ainda trata.Constituíram uma linda família.
Destaca-se ainda o amigo Ciro Moreira, como também Carivaldo que moravam no caminho de acesso à Bocaina e à Cachoeira.
Muito cedo foi morar em Niterói e como não podia deixar de ser, com ia Dita.
Casou-se com tia Laura. Tinha uma oficina de bicicletas em São Gonçalo-RJ. Tiveram os filhos Pompeu e Marisa. Tio José conviveu pouco com os sobrinhos em virtude da distância e da morte prematura. Seu filho Pompeu passou uma temporada com as tias em Cambuci. Foi um período feliz em que privamos da convivência com um primo levado, esperto, brincalhão. Retornou para junto de sua mãe, juntando esforços para conduzir os negócios da família. Sempre soubemos ser tia Laura uma mulher dinâmica. Quanto à Marisa, nunca tive oportunidade de conviver com ela. Tenho dela uma lembrança carinhosa e saudosa. Peço a ajuda de Lena para escrever sobre ela.
Tenho em minha memória afetiva o olhar amoroso de Vovó Nenê contemplado a foto de José trabalhando em sua oficina de bicicletas e lembro de uma vez ter visitado tia Laura em companhia de vovó Nenê.
Luiz casou-se com Iraci e teve uma filha, Jerusa. Moravam na Usina de Paineiras, próximo a Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo. A distância dificultou a nossa convivência limitando-se às visitas que o casal e a filha fazia aos nossos avós e pais. Na época de nossa infância ir ao Espírito Santo era muito difícil. Lembro com saudade uma visita que ele nos fez (a mim e a Ceção) no internato do Colégio N.S. Auxiliadora em Campos. Vinha de uma visita à vovó pó ocasião da morte de tio José. Foi ele quem nos deu essa notícia. Provavelmente por solicitação dela. Eu e meu marido fomos ao casamento de Jerusa e conosco foram Tia Quina e Tia Dita. A festa foi em casa de um irmão de tia Iraci, em Cachoeiro de Itapemirim. Estive com Jerusa e filhos em casa de Tia Quina em Niterói e com ela perdi o contato. Acredito que seja fazendeira e atue no ramo da pecuária. Quero notícias dela.
Pompeuzinho casou-se com Maria das Dores Brandão Bravo. José Renato foi o único filho do casal. Pompeuzinho foi a primeira grande perda dos meus avós. Depois perderam José e Mário e Luiz. Sofreram muito e vovó até então alegre, dinâmica, evoluída para o seu tempo, nunca mais foi a mesma. Vestia-se de preto, ou preto e branco, não participava das festas da família, sequer foi ao casamento dos netos. Ela não soube conviver com essas perdas. Pompeuzinho também morava na Fazenda Santo Antão e trabalhava no alambique de cachaça. Adoeceu com “tifo” numa época em que não havia hospital em toda região. Foi montada uma sala com os melhores e possíveis recursos médicos na sede da Fazenda. Teria sido ele o primeiro doente da região a tomar penicilina, mas o remédio não chegou a tempo. Foi em vão. Maria que também contraíra doença tomou a medicação e, graças a Deus, escapou.
Renato era um bebê de poucos meses e sua mãe tinha apenas 18 anos. Segundo relato de Kleber, (nosso primo doutor - primeiro médico da família em cuja geração aconteceram os primeiros diplomas de nível universitário), Pompeuzinho teve todo o intestino perfurado e nessa cirurgia teve todas as suas vísceras retiradas, após sério impasse em que se viram os irmãos, na tentativa de suavizar as suas dores.Morreu sem senti-las!
Como tia Maria era bonita e quão bonitos eram os vestidos que ela fazia para nós,inclusive os vestidos de casamento das sobrinhas.
Ela nos deu muitos exemplos, foi nossa amiga e cúmplice. Era uma mulher de fé e coragem. Era Franciscana. Maria usou luto pela morte do marido durante seis anos e só o tirou a pedido cuidadoso e carinhoso de Joaquina.
O primo Renato e sua mãe também moraram em casa de Joaquina e César em busca de trabalho, progresso e estudo.
Conquistaram esse espaço!
Renato fixou residência em Brasília e sua mãe aí viveu seus últimos anos.
Renato também nos deixou muito moço após formar uma bonita família e conquistar grande sucesso nas áreas em que atuou: Banco Central do Brasil, suinocultura, restaurante e turismo rural. Os assuntos profissões, manifestações culturais e influências serão ainda tratadas pelos primos.
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